António Gomes procura e encontra as raízes


António Gomes é bisneto de madeirenses. Nasce na Antígua. Mas isso não invalida que já tenha vindo à Madeira 15 vezes à procura das suas raízes nesta ilha portuguesa de um Atlântico que o une à que o viu nascer nas Caraíbas.
A parte da sua família que saiu da Madeira é originária do Monte, no Funchal. Falamos em concreto do seu bisavô que se chamava Manuel Gomes. A outra parte é uma mistura de origens dos Estados Unidos da América, do Canadá e da Europa.
Depois de um percurso de estudos normal, o destino leva-o ao ensino da música.

Estuda no conservatório para ser pianista.
Mas tem um problema com as mãos e hoje dedica-se somente ao ensino. Dá aulas de piano em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Ainda toca, mas lamenta que não pode fazê-lo por muito tempo.
Um dos seus hobbies de anos é procurar o ramo da árvores genealógica que o leve o mais próximo possível dos seus antepassados.
Numa primeira fase, procura em Antígua, onde nascem as gerações seguintes aos emigrantes que dão origem à matriz de António Gomes. Depois, a curiosidade adensa-se e procura na própria ilha da Madeira a partir de 1981.
Confidencia que chega a falar disso com o seu avô, mas diz que ele não gostava de falar muito do passado. «Não sei porquê», diz num português correto, aqui e ali carregado de sotaque madeirense. Por isso, não esconde que teve muito trabalho para encontrar antepassados.
Acaba por encontrar raízes. Logo na terceira vez que veio à Madeira encontra família.
Quanto a uma comunidade madeirense em Antígua António Gomes diz que não existe. Dispersou-se.
No entanto, diz que os emigrantes madeirenses que para lá foram no século XIX, depois de irem para a Antígua fazer diversos tipos de trabalho, começam a ter as suas terras e os seus negócios, ocupando um espaço que os locais deixam em aberto por não serem muito apegados ao trabalho numa terra muito quente e húmida. Lembra o caso de António José Camacho que chega à ilha com 17 anos, e, algum tempo depois é dono de 18 plantações e considerado um dos homens mais ricos de Antígua.
António Gomes diz que a emigração madeirense parou há muitas décadas. Além disso, muitos dos que foram para Antígua, uma parte dos descendentes acabou por deixar a ilha. Uns foram para Trindad & Tobago ou para os EUA. Outros regressaram à Madeira.
Curiosamente, um filho de António Gomes seguiu o interesse pelas raízes do pai e compra um apartamento no Funchal, onde vem de férias.
Na altura em que conversamos, na sua última passagem pela Madeira disse que o filho também estava por cá.
Um dia pensa fazer a história da sua vida para relevar o percurso e o trabalho que desenvolveu.

Sem comentários:

Com tecnologia do Blogger.