Jo-Anne Ferreira busca raízes madeirenses

Jo-Anne S. Ferreira nasceu e vive em Trindad & Tobago, nas Caraíbas. É bisneta de madeirenses. Por isso, não consegue ter passaporte português e necessita de visto para vir à terra dos seus antepassados. O pai da avó chamava-se Manuel Vasconcelos de Sousa, de Machico. Casou com Mary Sabino, cujo pai nasceu na Guiana britânica. A mãe, de apelido Vieira, era madeirense.

Apesar da distância dos antepassados, Jo-Anne Ferreira, professora universitária reputada há já alguns anos que iniciou uma busca incessante pelas suas origens madeirenses. E foi numa dessas viagens que aconteceu por estes dias que conversamos no Funchal.

Confessa que não está a ser fácil encontrar ligações que lhe levem a antepassados que, concerteza, existirão na Madeira. No entanto, admite que hoje em dia os arquivos naquela área do globo, que eram inacessíveis, hoje proporciona melhores condições para pesquisar.
Diz que da parte do pai existiram vários fluxos migratórios. No entanto, da parte da mãe confessa que houve mais mistura, com nove nacionalidades e três etnias.
Jo-Anne Ferreira estudou em Trindad & Tobago. Hoje é professora de Linguística na Universidade de West Indies. Fez um doutoramento acerca do desaparecimento da língua portuguesa.
Quis saber porque sobreviveu em algumas famílias e não em outras.
Revela que o resultado da pesquisa é que tudo depende da época da emigração.
Recorda que a grande emigração madeirense para a ilha parou na geração dos seus bisavós. Diz que apenas a sua avó falava português. Veio uma vez à Madeira, onde tinha uma prima.
Refere que o avô era muito anglófono.
Na base de tudo esteve a curiosidade de Jo-Anne Ferreira em saber porque a sua família só sabe de carne-vinho-e-alhos, o Natal e um palavrão que prefere não dizer.
Mas, em outras famílias diz que a língua sobreviveu. Refere que eram famílias que trouxeram empregadas e que proporcionou mais fluxos de emigração.
Contudo, acentua que a língua acabou por desaparecer.
Lembra que quando começou os estudos havia mais de 30 a 40 madeirenses nascidos na Madeira, e que ainda viviam em Trindad & Tobago.
Hoje diz que a comunidade é apenas de descendentes de madeirenses. Os que foram da ilha já faleceram.
Números de descendentes de madeirenses são se sabem. Admite antes que são milhares porque há muita mistura e integração. Muitas pessoas são metade português e metade outras nacionalidades, confidencia.
Complementa que muitas pessoas podem parecer indianas, chinesas, ou africana. Mas reclamam sangue português. No fundo diz ser o testemunho dos portugueses se terem integrado muito bem na sociedade local.
Com uma distância de algumas gerações Jo-Anne Ferreira confessa que vir à Madeira, onde já veio quatro vezes, é contactar com as raízes.
Contudo admite que, apesar de querer conseguir conhecer os seus parentes, ainda não conheceu ninguém. Isto apesar de ter andado já a pesquisar nos arquivos.
Ficaria muito feliz se encontrasse um familiar .

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